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O rio inegavelmente sempre volta para o mar. Você está presente sempre em ausência Está justamente em tudo que não está Na música que toca na rádio e me falta a tua mão pra segurar Na chuva de domingo em que não existem teus dedos pra me acarinhar Em tudo que eu escrevo e em quanto me declaro pra que isso permaneça sem te alcançar Você é a luz sob a porta do meu quarto enquanto eu te espero ali no batente encostada A voz no meu coração que grita que você vem enquanto eu permaneço calada É essa velhice e os chás de maçã com canela compartilhados que foram apenas planejados A espera de uma ligação que nunca vai tocar no meu telefone gasto Todas as tardes enrolados na minha cama sussurrando intimidades quando o quarto continua vazio O verão deitados ao sol quando os dias continuam frios O toque dos teus lábios quando eu ainda permaneço nessa solidão A raiva que eu guardo no meu peito da falta que eu não faço Nas madrugadas mal dormidas me perguntando onde foi que eu errei no